quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Dicas para morar sozinho – encontrando uma casa


Por mais gostoso que seja ver a louça se lavar sozinha na pia e a roupa se dirigir por conta própria da máquina de lavar para o varal, um dia chega a hora de seguir aquilo que Rei Leão nos ensinou que é o ciclo da vida. Todo mundo com alguma vergonha na cara precisa sair do ninho e pagar as próprias contas, lavar as próprias ceroulas e ser dono do próprio nariz. Eu sei que dói, mas a gente aguenta.

Se você tiver esses roommates a gente quer ir nas suas festas

Quando a gente toma essa dura decisão não sabe nem por onde começar. Sei lá, talvez você saiba, mas eu não tinha a mais vaga ideia. Inclusive empurrei o assunto com a pancinha o quanto pude, portanto, não se sinta culpado se acontecer com você também, é normal.  Mas uma hora a situação se torna vergonhosa e o bom senso te manda deixar de ser frouxo e ir logo de uma vez. Então vá.

Mas, antes de ir, sente, faça as contas e decida quanto quer gastar com aluguel e condomínio. E não esqueça que além dessa nova conta você vai ter gás, luz, água, internet, supermercado, manutenção, IPTU e por aí vai.

A busca

Isso definido, começa então uma animada busca por um apartamento decente, que é na verdade uma aula de arquitetura contemporânea. Porque se você não estiver ryca de muito ôro, vai esbarrar em opções relativamente baratas de moradia, mas muito peculiares. De banheiros com tanque a paredes de um metro e meio para que a sala e a cozinha dividam a mesma lâmpada, tem de tudo. Então, se você aceita um conselho, procure pela internet. Pelo menos dá pra ver as fotos e, se a situação do apartamento em questão for tão horrível assim, você nem visita.

Falar com imobiliárias é inevitável, mas muitas delas anunciam em sites como Imóvel Web, Zap e OLX. As fotos dos imóveis ficam lá, junto com informações sobre preço, condomínio e garagem, e você ainda pode jogar o endereço no Street View. E começar a pesquisa por aí também ajuda a ter uma boa noção de preços.

Casa compartilhada

Mas se tudo o que de habitável você encontrou está além do seu orçamento, talvez seja o caso de dividir. E você pode alugar um apartamento e se mudar para lá com alguns amigos ou procurar uma casa já compartilhada que tenha vagas. Qualquer que seja a opção, o importante é escolher bem as companhias.

Mesmo amigos muito legais podem virar um estorvo com a convivência. Aqueles defeitinhos ficam enormes com a intimidade, então, se eles já te irritarem agora, pense bem e não tenha medo de desencanar da ideia. Entrar no apartamento engolindo sapo não é um bom começo, certo?

Dividir com desconhecidos

Há quem torça o nariz, ache perigoso, estranho, desconfortável, mas morar com gente que você acaba de conhecer também é uma possibilidade. Acontece com frequência perto das grandes universidades (vide Unesp de São Vicente e Unifesp), em que os alunos vêm de longe e sem conhecer ninguém. Mas é sempre bom conversar com os possíveis roommates para saber se o santo bate e se vocês estão na mesma sintonia.

O que eu quero dizer é: se você acorda cedo, provavelmente vai ficar irritado com o barulho noturno de quem só começa o dia depois do almoço. Se você é estudioso e gosta de silêncio, vai odiar dividir a casa com gente muito legal mas que faz festa de quinta a domingo. Então, de nada adianta achar pessoas de muito bom coração se rolar um conflito de interesses. E para evitá-lo, faça todas as perguntas constrangedoras que quiser antes de mudar. Contas, organização, limpeza, festas, horários, vizinhos, comida, drogas, visitas, namorados e tudo o que achar pertinente. Porque você não vai entrar em uma casa desorganizada e fazer a ordem imperar, desista. Os outros moradores vão te achar um babaca.

Depois de escolhida a casa, chega a hora de montá-la, completa ou parcialmente. E você tem que providenciar coisas sobre as quais nunca pensou, como uma trena, araras, varal e pregos. É tenso, porque quem nunca cuidou da manutenção de uma casa já não saberia muito bem onde encontrar tudo isso na própria cidade, que dirá num lugar completamente novo onde você não sabe nem a direção da padaria.

data: 13/12/2012
fonte: http://www.juicysantos.com.br/2012/01/dicas-para-morar-sozinho-parte-um-encontrando-uma-casa/

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Imóveis de um quarto são 40% dos lançamentos do DF, diz associação


Segundo Ademi-DF, metro quadrado varia entre R$ 4 e R$ 10 mil.
13,8% dos domicílios do DF têm apenas um morador, aponta IBGE. 

 Apartamentos de um quarto e quitinetes já representam 40% dos lançamentos imobiliários no Distrito Federal, informa a Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do DF (Ademi-DF). Os imóveis têm entre 30 e 65 metros quadrados e metro quadrado que custa entre R$ 4 mil e R$ 10 mil, dependendo da localização.

“Cerca de 40% dos lançamentos que são feitos em Brasília são de imóveis nesse perfil”, afirma presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do DF, Adalberto Valadão.

Segundo o IBGE, a região Centro-Oeste apresentou, em 2011, o maior percentual de domicílios com apenas um morador: 13,8%, dois pontos percentuais acima do registrado em 2009. Nacionalmente, esse percentual aumentou de 12% para 12,7%.

A procura por apartamentos pequenos está maior porque a maior parte da população de Brasília, mais de 50%, é formada por solteiros, viúvos, divorciados e separados e também porque há muita gente que vem de outros estados para trabalhos temporários ou para prestar concurso. São pessoas que querem boas moradias, com conforto, mas sem abrir mão da praticidade.

É o caso da advogada Cleide dos Santos Oliveira. Há um ano ela mora sozinha em um apartamento de um quarto em Águas Claras. Saiu de uma casa grande para o espaço de cerca de 40 metros quadrados. A advogada só vê vantagens na moradia menor.
“Eu optei pela praticidade, pela facilidade na limpeza, especialmente pela segurança, fala a advogada.

data: 24/10/2012
fonte: http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2012/10/apartamentos-de-um-quarto-sao-40-dos-lancamentos-imobiliarios-do-df.html

sábado, 6 de outubro de 2012

Donos de imóveis de Brasília já anunciam aluguéis para a Copa

Ficar 20 dias em casa com três quartos e churrasqueira custa até R$ 15 mil.  Conselho de corretores aconselha exigir 100% do pagamento antecipado. 

Aproveitando a Copa de 2014, muitos proprietários de imóveis no Distrito Federal já anunciam aluguel temporário de residências. Apartamentos na Asa Norte e no Sudoeste lideram a lista de ofertas, mas também há anúncios de aluguéis em Taguatinga e no Núcleo Bandeirante.
Em Brasília, o preço de uma casa de três quartos, com churrasqueira e garagem, por 20 dias, chega a R$ 15 mil. Há ainda ofertas de apartamentos de um a três dormitórios. Moradores de outros países, como Estados Unidos, antecipam a busca, de olho num bom lugar para ficar.
A dona de casa Valdete Baia é uma especialista no assunto. Pensando mais adiante, ela pretende utilizar seis imóveis da família para alugar no período dos jogos. “Meus negócios são todos feitos pela internet, eu entro em contato com pessoas do mundo todo”, revela a mulher que planeja expandir o número de imóveis até a Copa. “Eu acho que daqui para lá eu consigo mais alguns.”
Enquanto 2014 não chega, Valdete Baia tem aperfeiçoado o serviço de locação com turistas que estão passando por Brasília. Uma família de italianos está há mais de 40 dias em um dos apartamentos dela e aprovou. “O europeu gosta de ficar numa casa familiar”, comenta o turista italiano Claudio Zepilli.
Para quem pretende oferecer um imóvel para aluguel durante a Copa, o Conselho Regional de Corretores (Creci) recomenda a exigência de 100% do pagamento antecipado. Também é importante detalhar no contrato o estado do imóvel, bem como os móveis e eletrodomésticos, para conferência na entrega das chaves.


O locador também pode e deve exigir um cheque caução, orienta o Creci. Como o aluguel será para estrangeiros, é recomendável a tradução do contrato para inglês
O economista Roberto Piscitelli, do Conselho Regional de Economia, explica que o locador não precisa abrir conta bancária especial, mas deve saber que o aluguel tem que ser declarado no imposto de renda.
“Não muda nada, a rigor, do regime de tributação em relação aos rendimentos que recebe internamente daqueles que recebe do exterior”, explica Piscitelli.

Fonte: 06/10/2012http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2011/08/donos-de-imoveis-de-brasilia-ja-anunciam-alugueis-para-copa-de-2014.html

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Imóveis são investimentos lucrativos no Distrito Federal

Pequenos imóveis, como quitinetes e apartamentos de um ou dois quartos, são os mais rentáveis
Em 2010, um apartamento de dois quartos em Brasília estava avaliado em R$ 460 mil e custa hoje R$ 650 mil, ou seja, estima-se uma valorização de quase R$ 200 mil. Os números são dos Boletins da Conjuntura Imobiliária, divulgados pelo Sindicato de Habitação do DF (Secovi/DF). Para o presidente do Secovi/DF, Carlos Hiram, com uma boa consultoria, este certamente é um investimento com lucro. “O preço de um imóvel sobe, em média, 20% ao ano, mas podem ocorrer picos de valorização. De 2006 para 2009, por exemplo, houve imóveis em Brasília que dobraram de preço”, conta.

A população de Brasília cresceu cerca de 20% e chegou a quase 2 milhões e meio de habitantes. A capital federal já é a quarta cidade mais populosa do país, com o PIB per capta três vezes maior que a media nacional. Brasília é uma cidade planejada e as áreas nobres para construção no Plano Piloto estão praticamente esgotadas. Há pouca oferta e grande procura, o que gera valorização em curto prazo.
Segundo Carlos Hiram, bons investimentos para qualquer região são quitinetes ou apartamentos de um ou dois quartos. “Existe um grande fluxo de pessoas com boa capacidade de pagamento. Jovens que engessaram no mercado de trabalho e famílias recentemente formadas, por exemplo, estão demandando imóveis menores. Além disso, esses investimentos também possuem boa rentabilidade que quer dizer um maior valor de aluguel em relação ao preço do imóvel”, explica.

O boletim feito pelo Secovi/DF em parceria com a Econsult - Consultoria Econômica do Departamento de Economia da Universidade de Brasília, mostra que em julho foram ofertados, no Distrito Federal, 24.485 imóveis para comercialização. A parcela mais expressiva da amostra são apartamentos de dois dormitórios, que representam cerca de 42% do total.

Para quem deseja comprar o imóvel na planta, Carlos Hiram recomenda uma maior atenção. “É necessário que o interessado na compra procure referencias sobre a construtora, certifique se a documentação está certa, se a construção está cadastrada no cartório e também os prazos de entrega do imóvel”, aconselha.

Investimentos no setor imobiliário 
O estudo do Secovi/DF também apresenta o Índice de Rentabilidade Imobiliária, que mede o rendimento obtido por meio da locação de imóveis nas diferentes regiões do Distrito Federal. O Guará apresenta a maior rentabilidade na categoria Quitinetes, com valorização de 0,45%. O preço mediano de comercialização de uma quitinete no Guará é de R$175 mil. Assim, o investidor teria com a taxa apresentada de 0,45%, um rendimento de R$ 9.215,20 em doze meses ao alugar o imóvel.

O maior preço para locação encontra-se em Brasília, enquanto os menores valores provêm dos imóveis em Taguatinga. No Plano Piloto, o aluguel mensal de uma quitinete é em média R$ 1000, já em Taguatinga, é R$ 450. O aluguel de apartamentos de um, dois e três quartos em Brasília custa em média R$ 1200, R$ 2 mil e R$ 2900, respectivamente. Já em Taguatinga, os valores são de R$ 650, R$ 825 e R$ 1200. Ou seja, com R$ 1200, por exemplo, o interessado aluga um apartamento de três quartos na Cidade Satélite e um de apenas um quarto no Plano Piloto.

Crescimento do poder de compra 
Dados do IBGE mostram que a classe C, percentual populacional com renda de 4 a 10 salários mínimos, saiu de 37% do total da população brasileira em 2002 para 49,7% em 2009, o que representa 95 milhões de pessoas. Hoje, essa nova classe C ganha melhores salários e tem ampla oferta de crédito tornando-se um potencial consumidor de produtos como imóveis, por exemplo.

Outro ponto interessante, com relação a dados demográficos do Distrito Federal, é a pirâmide etária. Ela é mais concentrada na área que abrange a faixa entre 15 e 40 anos, dentro da qual está cerca de 40% da população. Isto reflete tanto na atividade econômica quanto no setor imobiliário. Esta parcela da população caracteriza-se por representar pessoas majoritariamente em idade economicamente ativa, o que é favorável para o PIB local. Do ponto de vista do mercado imobiliário, o fato de 20% da população estar na faixa entre 25 e 35 anos é vantajoso, uma vez que esta corresponde a uma fase de formação de família e, como consequência, compra e locação de imóveis.


fonte: 02/10/2012
http://www.lugarcerto.com.br/app/402,61/2012/09/05/interna_ultimas,46086/imoveis-sao-investimentos-lucrativos-no-distrito-federal.shtml

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Condomíninio não precisa indenizar bicicleta furtada em garagem


Decisão do 4º Juizado Cível de Brasília, ratificada pela 1ª Turma Recursal, entendeu ser improcedente o pedido de indenização de uma moradora que teve a bicicleta furtada na garagem de edifício residencial, na Asa Sul. 

No caso do furto da bicicleta, a juíza responsável anota que o STJ já pacificou entendimento no sentido de que o condomínio apenas será responsabilizado pela reparação dos prejuízos experimentados pelos condôminos em decorrência de furtos praticados nas áreas comuns e autônomas do edifício quando houver cláusula expressa na respectiva convenção.

A magistrada ressalta que "quanto à administração do condomínio, direitos e deveres dos condôminos, prevalece a autonomia da vontade, criando-se normas internas de cunho contratual mediante votação e aprovação nas assembleias. Por isso, a instalação de câmeras de segurança não é suficiente a atrair a responsabilidade ao condomínio quando os condôminos livremente escolhem não suportar o ônus de arcar solidariamente com os prejuízos decorrentes de fatos ocorridos no interior do condomínio".

Como o regimento interno do condomínio em questão (Associação Dos Permissionários da SQS 110 Bloco JK) não prevê cláusula assecuratória de prejuízos materiais experimentados pelos condôminos, ao contrário, o art. 25 é claro ao dizer que a Associação não se responsabiliza por qualquer roubo e/ou furto ocorrido no interior da garagem, a julgadora concluiu ser improcedente o pedido, não havendo, pois, o dever de indenizar. Não cabe recurso.

fonte: 18/09/2012
http://juristas.com.br/informacao/noticias/condomininio-nao-precisa-indenizar-bicicleta-furtada-em-garagem/23653/

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Mansões no Lago Sul são usadas por empresas para lobby com políticos


Os jardins da entrada, as piscinas da parte interna e a ausência de placas na fachada disfarçam o perfil comercial de dezenas de casas usadas para funcionar como entreposto político de empresas de grande porte no Lago Sul. O bairro mais luxuoso de Brasília foi escolhido pelas firmas com maior peso no Produto Interno Bruto (PIB) para abrigar verdadeiros quartéis generais destinados a desempenhar uma das missões mais estratégicas para as empresas: o lobby com o governo.

No quadro hierárquico das empresas, as casas de representação são chamadas de departamentos de assuntos governamentais. Na prática, as residências do Lago Sul funcionam como um oásis de conforto e discrição para que representantes de empresas e autoridades do Executivo e Legislativo discutam assuntos de interesse comum.

data: 03/09/2012
fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica-brasil-economia/33,65,33,14/2012/09/02/interna_politica,320381/mansoes-no-lago-sul-sao-usadas-por-empresas-para-lobby-com-politicos.shtml

Apartamentos funcionais do Executivo são ocupados irregularmente em Brasília



Secretaria do Patrimônio da União tenta despejar inquilinos que já deixaram o emprego público há décadas


Pessoas que deixaram há mais de duas décadas o serviço público ocupam até hoje boa parte dos apartamentos de luxo de propriedade do governo federal. Dos 498 imóveis residenciais administrados pela Secretaria do Patrimônio da União no Plano Piloto, um dos metros quadrados mais valorizados do País, 121 são alvo de ações judiciais ou estão em processo de retomada. Ou seja, praticamente um a cada quatro apartamentos destinados a funcionários do Executivo tem ocupação irregular. A "imobiliária" União tenta despejar de imóveis de até cinco quartos e 223 m² assessores e comissionados do tempo, inclusive, da ditadura militar.

Localizados nas quadras mais caras da capital, os apartamentos custam no mercado na faixa de R$ 1 milhão a R$ 2,5 milhões, com aluguéis mensais que chegam a R$ 5,6 mil. Pelas normas, os apartamentos só podem ser ocupados por funcionários de cargos comissionados que não têm imóvel em Brasília. A aposentadoria e qualquer outro desligamento da função implicam a saída do imóvel, sem exceções.

Em conversa com o Estado, ex-servidores citados numa lista publicada pelo Ministério do Planejamento apresentaram uma série de alegações para não devolver as chaves dos imóveis.

Desde Geisel

Aylton Ventura, de 79 anos, é um dos dez ex-servidores que ocupam apartamento funcional desde o governo Geisel, em 1976. Há 21 anos, quando se aposentou, ele perdeu o direito de permanecer no imóvel de cinco quartos, com área total de 220 metros quadrados, num prédio da Superquadra Sul 315.

O aluguel mensal de um apartamento semelhante ao dele custa R$ 4,5 mil. Em 1990, o governo federal colocou o imóvel à venda e deu preferência a Ventura. O servidor, no entanto, não aceitou o valor estipulado pela Lei 8.025, que tratava da alienação, e conseguiu liminar na Justiça para permanecer no apartamento.

O aposentado diz que gostaria que o governo levasse em conta dois tratamentos que enfrentou contra o câncer. Ventura reclama da divulgação da lista - a publicidade da relação tornou-se possível com a Lei de Acesso à Informação. "Isso faz parte da estratégia do governo de colocar o povo e os jornalistas contra o servidor público", diz. "A ideia que fica é que somos todos privilegiados. Vão dizer: ‘Por que outros brasileiros não têm e esse tem?’", reclama. "Daqui a pouco vai mandar a Polícia Federal me tirar daqui."

Ex-funcionário do Instituto de Pesquisas Aplicadas (Ipea), ele destaca a conjuntura política para explicar o motivo de permanecer no imóvel. "O Brasil é um desequilíbrio total. Eu até abriria mão de alguma coisa considerada privilégio em benefício do total, mas não divido o meu com os outros", afirma. "Não estamos num país sério. Isto aqui está muito bagunçado. Países sérios são os Estados Unidos e a Alemanha. O poder é que resolve o problema, e não vai resolver o meu."

A prática de permanecer em apartamento do governo, mesmo se desligando do cargo, além de não pagar taxas de condomínio e manutenção, se mantém. A lista dos inquilinos incômodos inclui, por exemplo, Adriano de Souza Santos, que entrou no imóvel em abril do ano passado.

A lista divulgada pelo Ministério do Planejamento indica que Santos já deixou a função comissionada, mas ainda não saiu do apartamento funcional.

A Advocacia-Geral da União pondera que, em alguns casos citados na lista, o inquilino pode já ter deixado o apartamento, mas o processo continua na Justiça porque o governo tenta receber por taxas atrasadas. Santos não foi localizado para explicar a citação na lista.

Carlos Alberto Ribeiro de Xavier se aposentou do serviço público. Mas diz que, por ocupar atualmente uma função comissionada no Ministério da Educação, está legalmente num apartamento de quatro quartos e 158 metros quadrados na Superquadra Sul 316. "Continuo trabalhando", limitou-se a dizer.

No Portal da Transparência, consta que Xavier deixou o cargo comissionado em maio. Ele está no apartamento funcional há 21 anos. O ex-servidor diz que não comprou outro imóvel nesse período. Pelas normas, o servidor ou servidora precisa sair do apartamento caso adquira um imóvel, o mesmo valendo para a mulher ou o marido.

Sem comentários

Outro ocupante de imóvel do governo, o servidor aposentado do Ministério da Agricultura Alberto Cabral Botelho disse que não comentaria informações que estão sendo analisadas pela Justiça. Desde 1977, no tempo do governo Geisel, ele ocupa um imóvel de três quartos, com área de 150 metros quadrados, na Superquadra Norte 106. "Essas informações podem ser obtidas no Ministério da Agricultura", limitou-se a dizer.

O aposentado Djalma Campos, de 57 anos, trabalhava como dentista do Hospital das Forças Armadas em 1991 quando pediu baixa, depois de passar num concurso da Polícia Militar do Distrito Federal.

Antes, tentou comprar do governo um imóvel de três quartos, com 160 metros quadrados, na Superquadra Sul 109, que ocupava desde 1986. O governo não vendeu. Campos diz ter conseguido duas vezes na Justiça direito de compra do apartamento, mas o governo recorreu.

Hoje, imóveis iguais ao dele estão avaliados em R$ 1,5 milhão, com aluguéis de R$ 3,5 mil por mês. Sem calcular os juros, ele teria de pagar R$ 350 mil em aluguéis atrasados. Há um ano, Campos fez uma ampla reforma no imóvel. "O governo vai continuar recorrendo. Isso pode durar 1 ou 50 anos", prevê. "Está nesse rolo. O advogado me disse que não perco o direito de compra, já se passaram 25 anos."

data: 03/09/2012
fonte: http://m.estadao.com.br/noticias/nacional,apartamentos-funcionais-do-executivo-sao-ocupados-irregularmente-em-brasilia,924628.htm